II ENCONTRO PEDAGÓGICO
TEMA: FRACASSO ESCOLAR: "E EU COM ISSO?"
O QUE É FRACASSO ESCOLAR?
"Fracasso Escolar é dicífil de ser definido e compreendido por se tratar de um fenômeno que não é natural, mas resultados das condições de interação entre a proposta de ensino, a assimilação do aprendizado por parte dos alunos, os modelos de ensino e de avaliação, além do contexto escolar e familiar" (Giúdice, 2009).
Na manhã desta sexta-feira, (05/04/2013), aconteceu o "II ENCONTRO PEDAGÓGICO", na cidade de Tavares-PB, realizado pela Secretaria de Educação, Cultura e Desporto, por meio da Equipe Pedagógica, abordando a seguinte temática: FRACASSO ESCOLAR: "E EU COM ISSO?".
Em aspecto geral, conceitualmente, Fracasso Escolar é entendido como um desajuste produzido em algum ponto do sistema educativo, por exemplo:
* Na formação do docente, na fragmentação curricular ou, ainda, nas possibilidades oferecidas aos alunos para o aprendizado.
Uma das explicações dadas para o
fracasso escolar no Brasil é que a democratização do acesso à escola,
ocorrida a partir dos anos 70 do século passado, levou a escola a lidar
com crianças que teriam, em razão de suas condições de vida, sérias
deficiências culturais e lingüísticas que acarretariam dificuldades de
aprendizagem. Teriam problemas de indisciplina e não valorizariam a
escola. Sua linguagem oral seria muito distante da língua escrita. Em
seu ambiente familiar, não vivenciaram usos da escrita nem um ambiente
que as valorizasse e motivasse seu aprendizado.
De fato, os dados estatísticos (SAEB)
mostram que o fracasso tende a se concentrar nas crianças oriundas de
meios menos favorecidos. No entanto, diferentes estudos mostram também
que, ao contrário do que em geral se afirma, essas crianças possuem um
adequado desenvolvimento cultural e lingüístico e que á a escola que
apresenta sérias dificuldades para lidar com a diversidade cultural,
lingüística e mesmo étnica da população brasileira.
Embora estejam todas relacionadas entre
si, sendo causas e efeitos uma das outras, as razões para o fracasso
escolar podem, para efeito didático, serem classificadas ou agrupadas
entre aquelas que estão relacionadas ao próprio indivíduo, ou aluno,
como problemas físicos ou psicológicos; as causas que estão relacionadas
á escola, como a qualidade de ensino entre outras; causas que estão
relacionadas à comunidade localizada, como o próprio ambiente
comunitário no que diz respeito às condições de higiene e saúde,
qualidade de vida e, ultimamente, ao elevado nível de violência; e,
finalmente, as caudas pertencentes ao ambiente maior, que são as
condições gerais econômicas e políticas do país.
Quase sempre se ‘condena’ o fracasso
escolar, centrando-se imediatamente, e quase que exclusivamente no
aluno, elegendo-o como o principal responsável pelo seu próprio
fracasso.
O primeiro a se culpar é o próprio
aluno. Não é raro vermos estudantes julgando-os incapazes, ou
incompetentes para assimilar o que é ensinado na escola.
Depois, quem os culpam são os
professores, seja através das notas, seja através de comentários sobre a
capacidade ou incapacidade do aluno, que acaba negativando ainda mais o
já abalado nível de auto-estima do estudante.
E, na seqüência, os pais colaboram com
essa auto-destruição do filho, através de críticas ou mesmo pela falta
de incentivo ao estudo.
Portanto sabemos que quando se busca
algo mais sólido para se apoiar e para entender as causas de tanto
fracasso escolar, o aluno começa a deixar de ser o ‘vilão’ da história,
para se tornar uma vítima. Quando se busca entender as razões do
fracasso escolar analisando as condições em que vive o aluno, e também
as condições em que ele freqüenta a escola (sem contar as próprias
condições da escola), realmente entendemos que precisamos mudar nossa
opinião.
Mas, não só da escola depende essa carga.
Houvesse uma escola de padrão ideal, e ainda assim nos depararíamos com
essa grave situação de fracasso escolar, numa das fases mais
importantes da educação do individuo, sendo exatamente por isso
denominada de ensino fundamental. E quando seriam as razões para esse
fracasso? Se o aprendizado, como todos sabem, é de suma importância para
o crescimento da pessoa, por que não é lavado a sério? Por que não se
dá a ele a devida importância? Ou será que essa importância é dada, mas
existem motivos bem mais profundos, enraizados em nosso meio, que
impedem de encarar e levar adiante uma formação escolar digna de assim
ser chamada?
FALCÃO (1993) faz uma comparação:
Já tentou ensinar um bebê a atender
ao telefone? Ou ensinar datilografia a um analfabeto? Ou, quem sabe, em
dia de jogo intencional do Brasil, com todo o país mobilizado, e na sala
as pessoas coladas ao rádio ou à televisão, você experimentou chamar
Juquinha ao quarto para uma aula sobre Capitanias Hereditárias? (p.42).
No dizer do autor, as perguntas acima
são bastante simplórias, mas servem para chamar atenção para o fato de
que nem todos estão prontos para aprender qualquer coisa em todos os
momentos. Segundo ele, há um determinado pré-requisito que precisa ser
preenchido, que é a maturação.
Devemos sempre estar atentos a real
condição do educador e do educando. O professor, como representante do
papel que lhe é socialmente atribuído, ou seja, ensinar, depara-se com
vários dilemas seus que se misturam com o papel da profissão que ocupa.
Os professores assumem, além de ensinar, a disciplina e em tornar
uniforme o que é diferente, produzindo assim, via educação, os
privilégios e os sofrimentos.
Sempre que a escola falha na assistência
e na formação do aluno quebra-se um elo no ritmo natural de um
desenvolvimento potencial de conquistas, estabelecendo a desordem.
Desordem que pode levar a vida do aluno ao caos e que se reflete na
desestruturação da sociedade. Sempre que a escola desvirtua seu papel
primordial, desencadeia-se um mecanismo automático de ressonância, que
passa a repercutir na ordem social de uma cidade, de um país, do mundo.
Na criança problema nos dias de hoje não
se faz igualdade social, se faz justiça social, pois não é todo mundo
igual e devem-se reconhecer essas diferenças, mas a escola nivela todos
como iguais e não se adequa com a origem social de cada um. Dentro da
escola quem pode mais tem menos fracasso escolar. Mesmo uma criança
oriunda de carências afetivas, herdadas por uma infância difícil pode
haver ainda a capacidade de recuperação ou adaptação às más condições de
vida, se observadas as necessidades e oportunizar mudanças para que ele
mesmo alcance suas necessidades.
REFERÊNCIA:
FALCÃO, Gerson Marinho . Psicologia da aprendizagem. 2ª ed. São Paulo: Ática, 1985. (Reformulação: 1993).
Os Educadores agora são tratados com respeito e dignidade.Parabéns a todos que fazem parte da equipe e vamos avançar na busca de uma educação de qualidade.
ResponderExcluirLêdecler