domingo, 7 de abril de 2013

 

II ENCONTRO PEDAGÓGICO 

TEMA: FRACASSO ESCOLAR: "E EU COM ISSO?"

 

 

 

 

 

 O QUE É FRACASSO ESCOLAR?

"Fracasso Escolar é dicífil de ser definido e compreendido por se tratar de um fenômeno que não é natural, mas resultados das condições de interação entre a proposta de ensino, a assimilação do aprendizado por parte dos alunos, os modelos de ensino e de avaliação, além do contexto escolar e familiar" (Giúdice, 2009).


      Na manhã desta sexta-feira, (05/04/2013), aconteceu o "II ENCONTRO PEDAGÓGICO", na cidade de Tavares-PB, realizado pela Secretaria de Educação, Cultura e Desporto, por meio da Equipe Pedagógica, abordando a seguinte temática: FRACASSO ESCOLAR: "E EU COM ISSO?"
      Em aspecto geral, conceitualmente, Fracasso Escolar é entendido como um desajuste produzido em algum ponto do sistema educativo, por exemplo:
      * Na formação do docente, na fragmentação curricular ou, ainda, nas possibilidades oferecidas aos alunos para o aprendizado.
       Uma das explicações dadas para o fracasso escolar no Brasil é que a democratização do acesso à escola, ocorrida a partir dos anos 70 do século passado, levou a escola a lidar com crianças que teriam, em razão de suas condições de vida, sérias deficiências culturais e lingüísticas que acarretariam dificuldades de aprendizagem. Teriam problemas de indisciplina e não valorizariam a escola. Sua linguagem oral seria muito distante da língua escrita. Em seu ambiente familiar, não vivenciaram usos da escrita nem um ambiente que as valorizasse e motivasse seu aprendizado.
      De fato, os dados estatísticos (SAEB) mostram que o fracasso tende a se concentrar nas crianças oriundas de meios menos favorecidos. No entanto, diferentes estudos mostram também que, ao contrário do que em geral se afirma, essas crianças possuem um adequado desenvolvimento cultural e lingüístico e que á a escola que apresenta sérias dificuldades para lidar com a diversidade cultural, lingüística e mesmo étnica da população brasileira.
     Embora estejam todas relacionadas entre si, sendo causas e efeitos uma das outras, as razões para o fracasso escolar podem, para efeito didático, serem classificadas ou agrupadas entre aquelas que estão relacionadas ao próprio indivíduo, ou aluno, como problemas físicos ou psicológicos; as causas que estão relacionadas á escola, como a qualidade de ensino entre outras; causas que estão relacionadas à comunidade localizada, como o próprio ambiente comunitário no que diz respeito às condições de higiene e saúde, qualidade de vida e, ultimamente, ao elevado nível de violência; e, finalmente, as caudas pertencentes ao ambiente maior, que são as condições gerais econômicas e políticas do país.
     Quase sempre se ‘condena’ o fracasso escolar, centrando-se imediatamente, e quase que exclusivamente no aluno, elegendo-o como o principal responsável pelo seu próprio fracasso.
     O primeiro a se culpar é o próprio aluno. Não é raro vermos estudantes julgando-os incapazes, ou incompetentes para assimilar o que é ensinado na escola.
    Depois, quem os culpam são os professores, seja através das notas, seja através de comentários sobre a capacidade ou incapacidade do aluno, que acaba negativando ainda mais o já abalado nível de auto-estima do estudante.
       E, na seqüência, os pais colaboram com essa auto-destruição do filho, através de críticas ou mesmo pela falta de incentivo ao estudo.
     Portanto sabemos que quando se busca algo mais sólido para se apoiar e para entender as causas de tanto fracasso escolar, o aluno começa a deixar de ser o ‘vilão’ da história, para se tornar uma vítima. Quando se busca entender as razões do fracasso escolar analisando as condições em que vive o aluno, e também as condições em que ele freqüenta a escola (sem contar as próprias condições da escola), realmente entendemos que precisamos mudar nossa opinião.
     Mas, não só da escola depende essa carga. Houvesse uma escola de padrão ideal, e ainda assim nos depararíamos com essa grave situação de fracasso escolar, numa das fases mais importantes da educação do individuo, sendo exatamente por isso denominada de ensino fundamental. E quando seriam as razões para esse fracasso? Se o aprendizado, como todos sabem, é de suma importância para o crescimento da pessoa, por que não é lavado a sério? Por que não se dá a ele a devida importância? Ou será que essa importância é dada, mas existem motivos bem mais profundos, enraizados em nosso meio, que impedem de encarar e levar adiante uma formação escolar digna de assim ser chamada?
      
      FALCÃO (1993) faz uma comparação:

      Já tentou ensinar um bebê a atender ao telefone? Ou ensinar datilografia a um analfabeto? Ou, quem sabe, em dia de jogo intencional do Brasil, com todo o país mobilizado, e na sala as pessoas coladas ao rádio ou à televisão, você experimentou chamar Juquinha ao quarto para uma aula sobre Capitanias Hereditárias? (p.42).

      No dizer do autor, as perguntas acima são bastante simplórias, mas servem para chamar atenção para o fato de que nem todos estão prontos para aprender qualquer coisa em todos os momentos. Segundo ele, há um determinado pré-requisito que precisa ser preenchido, que é a maturação.
      Devemos sempre estar atentos a real condição do educador e do educando. O professor, como representante do papel que lhe é socialmente atribuído, ou seja, ensinar, depara-se com vários dilemas seus que se misturam com o papel da profissão que ocupa. Os professores assumem, além de ensinar, a disciplina e em tornar uniforme o que é diferente, produzindo assim, via educação, os privilégios e os sofrimentos.
      Sempre que a escola falha na assistência e na formação do aluno quebra-se um elo no ritmo natural de um desenvolvimento potencial de conquistas, estabelecendo a desordem. Desordem que pode levar a vida do aluno ao caos e que se reflete na desestruturação da sociedade. Sempre que a escola desvirtua seu papel primordial, desencadeia-se um mecanismo automático de ressonância, que passa a repercutir na ordem social de uma cidade, de um país, do mundo.
      Na criança problema nos dias de hoje não se faz igualdade social, se faz justiça social, pois não é todo mundo igual e devem-se reconhecer essas diferenças, mas a escola nivela todos como iguais e não se adequa com a origem social de cada um. Dentro da escola quem pode mais tem menos fracasso escolar. Mesmo uma criança oriunda de carências afetivas, herdadas por uma infância difícil pode haver ainda a capacidade de recuperação ou adaptação às más condições de vida, se observadas as necessidades e oportunizar mudanças para que ele mesmo alcance suas necessidades.


REFERÊNCIA:

FALCÃO, Gerson Marinho . Psicologia da aprendizagem. 2ª ed. São Paulo: Ática, 1985. (Reformulação: 1993).


FOTOS DO EVENTO:

















                                      

REALIZAÇÃO: SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTO


     

Um comentário:

  1. Os Educadores agora são tratados com respeito e dignidade.Parabéns a todos que fazem parte da equipe e vamos avançar na busca de uma educação de qualidade.
    Lêdecler

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